Corinthians e Biel: O que esperar da polêmica negociação em 2025

A recente movimentação do Corinthians nos bastidores do mercado da bola tem rendido assunto além das fronteiras nacionais – e não exatamente de forma positiva. O clube do Parque São Jorge entrou no radar da imprensa portuguesa por conta do interesse na contratação do atacante Biel, atualmente no Sporting. Até aí, tudo dentro do esperado. O que surpreendeu – e virou piada em Portugal – foi o valor oferecido: cerca de 7 milhões de euros (aproximadamente R$ 44,7 milhões).

Atacante Biel em ação durante um jogo

No programa esportivo lusitano “A Bola da Noite”, o comentarista brasileiro radicado em Portugal César Mayrinck não poupou críticas ou ironias. Segundo ele, a proposta do Timão é daquelas que “não se recusa” e, mais do que isso, representa uma saída quase milagrosa para o Sporting, que até agora não viu retorno técnico algum da contratação de Biel.

Quem é Biel e por que ele está no centro da polêmica

Gabriel Teixeira, o Biel, tem 24 anos e foi revelado pelo Fluminense. Depois teve passagens discretas por Grêmio e Bahia. Não se firmou como titular em nenhuma dessas equipes, embora tenha demonstrado potencial pontual. No início de 2024, foi adquirido pelo Sporting por cerca de 6,42 milhões de euros, valor alto para o padrão do futebol português quando se trata de uma aposta.

Atacante Biel durante treinos no Sporting

Desde sua chegada, realizou apenas sete partidas, sem gols ou assistências. Esses números falaram alto, e a imprensa portuguesa não escondeu sua irritação – ainda mais ao ver que o Corinthians cogita pagar mais do que o Sporting investiu para tê-lo.

Críticas e ironias de Portugal

Durante sua participação no programa, César foi direto: Acho que o Sporting está com sorte. Essa oferta do Corinthians é para vender correndo. Ele até reconheceu o valor técnico do jogador, mas ponderou que Biel não demonstrou força suficiente para justificar tamanho investimento.

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Um ponto curioso levantado pelo analista foi a trajetória do jogador no Brasil. Biel nunca foi unanimidade em clubes como Bahia, Grêmio e Fluminense. Sempre oscilando entre o time titular e o banco de reservas, seu desempenho nunca justificou um status de protagonista. Isso levanta uma dúvida incômoda: por que o Corinthians está disposto a investir tanto agora?

A crise do Corinthians entra em campo

A grave crise financeira vivida pelo Corinthians é algo amplamente noticiado e discutido entre os torcedores e especialistas. Dívidas que ultrapassam os R$ 1 bilhão, atraso de salários, dificuldades para fechar patrocínios e uma temporada decepcionante em campo são parte do cenário preocupante do clube.

Com esse pano de fundo, a proposta por Biel parece totalmente fora de sintonia com a realidade do Timão. César foi direto: Não sei como o Corinthians vai pagar. Eles estão em uma situação econômica dramática. Essa oferta é fora da curva.

Fachada do Estádio do Corinthians

E ele tem razão. Muitos torcedores e até conselheiros do clube começaram a se questionar sobre a gestão atual e os critérios usados para contratações. E em meio ao bombardeio de críticas, a diretoria mantém silêncio.

O que pensa a torcida corinthiana

Nas redes sociais, a rejeição à possível negociação foi imediata e barulhenta. Torcedores do Corinthians questionam o sentido de investir quase R$ 45 milhões em um jogador que sequer conseguiu ser destaque em time de meio de tabela no Brasil e que agora amarga o banco na Europa.

Além disso, há o fator emocional: o torcedor que acompanha o “dia a dia” do clube se sente enganado quando vê um investimento desse porte, ao mesmo tempo em que o clube sofre com problemas financeiros, dívidas judiciais e falta de planejamento.

Estaria o Corinthians apostando alto demais?

É justo dizer que Biel tem virtudes: é veloz, tem bom drible e é jovem o suficiente para evoluir. Mas também é justo colocar na balança os riscos: baixo desempenho recente, sequência limitada de bons jogos e pouco poder de decisão em alta pressão.

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Ao apostar tudo em uma contratação de alto custo, o Corinthians corre o risco de repetir erros do passado – e não são poucos. Lembram-se de Juan Cazares, Pato e outras tantas promessas que não vingaram em Itaquera?

Além disso, há outro fator estratégico: dentro da realidade do futebol sul-americano, investir quase R$ 45 milhões em um jogador deveria vir acompanhado de um plano de retorno técnico e financeiro. Com Biel, nem uma coisa nem outra estão asseguradas por enquanto.

Sporting pronto para se livrar do prejuízo

No lado lusitano, a proposta abriu um sorriso que há meses não era visto em Alvalade. O Sporting apostou alto em Biel, mas o jogador não se firmou. Sofre para encontrar espaço num elenco competitivo e a chance de “recuperar” o investimento parece ter caído do céu — vejamos pelo lado do negócio, é uma tacada de mestre se o negócio for realmente fechado.

Internamente, a venda é vista como uma forma de minimizar prejuízos, reorganizar finanças e abrir espaço para outras contratações mais assertivas.

Cenários possíveis e próximos capítulos

Por enquanto, o Corinthians ainda não oficializou a proposta – ao menos publicamente. Internamente, o departamento de futebol corre para construir argumentos que convençam o Conselho Deliberativo e, mais importante, a Fiel Torcida.

Se a diretoria fechar com Biel, será cobrada mais do que nunca. O clube pode acabar acertando um investimento ousado — mas se der errado, terá queimado capital técnico, financeiro e político em um movimento que desde o início foi questionado.

Corinthians em jogo dramático considerando a situação da equipe

Já o Sporting aguarda com paciência. Se a proposta for confirmada nos moldes divulgados, a venda deve ser sacramentada rapidamente. E Biel, de forma quase irônica, pode se tornar um dos raros casos de jogador “reserva na Europa” vendido por mais do que foi comprado.

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Bastidores: Biel com moral no elenco do Sporting?

Segundo informações que circulam na imprensa portuguesa, a chegada de Biel ao Sporting foi mais uma aposta do departamento de scouting do que desejo do técnico. Ainda que se esforçasse nos treinos e desempenhasse um bom papel em coletivos, a verdade é que nunca encontrou seu lugar entre os titulares.

Com moral baixa no vestiário e pressão externa por rendimento, a negociação com o Corinthians é também uma forma de virar a página. Para ambas as partes, inclusive.

Vale o risco? O que podemos esperar

Esse episódio vai além do clássico “clube brasileiro gastando mal”. Ele escancara como decisões sem critério técnico e financeiro colocam instituições centenárias em xeque.

A contratação de Biel, se concretizada, precisa vir acompanhada de respaldo técnico e um plano bem estruturado de aproveitamento. Caso contrário, não será surpresa se o atacante entrar para a lista de “grandes promessas que viraram grandes frustrações” no Timão.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, os comentaristas seguem rindo – mas com alívio por saber que talvez estejam se livrando de uma má aposta. E os corinthianos? Esses aguardam com cautela, misto de esperança e desconfiança, o final de mais um capítulo agitado no extenso livro de contratações duvidosas do clube.

Conclusão

Em resumo: o Corinthians balançou o mercado europeu com uma proposta inesperada por um atleta que ainda não justificou tamanho investimento. A reação dos portugueses disse muito mais sobre os erros de avaliação de ambos os clubes do que sobre o talento de Biel em si.

Agora, resta aguardar os próximos passos. O negócio ainda não está fechado oficialmente, mas já gerou uma repercussão internacional que coloca o Timão no centro de um debate sobre planejamento esportivo, estratégia de mercado e prioridades financeiras.

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