
Francisco Cuoco: um legado eterno nas novelas brasileiras em 2025
A televisão brasileira amanheceu mais silenciosa nesta quinta-feira, 19 de junho de 2025. A notícia da morte do lendário ator Francisco Cuoco aos 91 anos pegou o público de surpresa e mergulhou o universo das novelas em luto. Conhecido por seus papéis marcantes em diversas produções da Globo, Cuoco deixou uma marca indelével na dramaturgia nacional e nas memórias afetivas de milhões de brasileiros.
O ator, que estava internado há cerca de 20 dias no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, enfrentava complicações de saúde que se agravaram nos últimos dias. Segundo a nota oficial da Rede Globo, a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos.
Um ícone que atravessou gerações nas novelas brasileiras
Francisco Cuoco não foi apenas um ator. Ele foi uma força que moldou o que conhecemos hoje como teledramaturgia. Sua atuação carismática, muitas vezes intensa e apaixonada, conquistou o público desde a década de 1960. Com mais de 60 anos dedicados à arte, ele construiu uma carreira sólida, transitando entre vilões inesquecíveis, galãs românticos e personagens complexos, sempre com elegância e presença cênica de sobra.
Ao longo das décadas, Cuoco protagonizou dezenas de novelas das oito (hoje chamadas “novelas das nove”), como “O Rebu”, “Pecado Capital”, “Gabriela”, “Feijão Maravilha”, e a aclamada “Celebridade”, de Gilberto Braga, onde dividiu cena com nomes como Malu Mader e Fábio Assunção. E vamos ser sinceros: quem nunca se emocionou, vibrou ou se revoltou com alguma cena forte de Cuoco na telinha?
De São Paulo para o Brasil: a origem do talento
Francisco Cuoco nasceu em São Paulo, em 1933. Inicialmente, sua carreira não estava nos palcos – ele chegou a iniciar o curso de Direito, mas logo percebeu que sua verdadeira vocação estava nos palcos e nas câmeras. Com talento nato, formou-se na Escola de Arte Dramática e começou a chamar atenção ainda nos anos 1950, com passagens por importantes companhias teatrais, como o Teatro Brasileiro de Comédia.
Antes de estourar na televisão, já compartilhava cena com gigantes como Fernanda Montenegro e Sérgio Britto no teatro. Essa formação clássica e sólida certamente ajudou a construir um estilo interpretativo único – refinado, profundo e humano, características que o tornaram um dos protagonistas mais respeitados da TV Globo.
Última aparição emocionou telespectadores
A despedida de Francisco Cuoco da televisão aconteceu poucas semanas antes de sua morte, durante o especial “Tributo”, exibido no início de junho pela Globo. Gravado previamente em seu próprio apartamento, Cuoco falou com sinceridade e leveza sobre os altos e baixos da carreira, seus grandes parceiros de cena, bastidores curiosos de novelas clássicas e seu amor pela arte de interpretar.
O programa comoveu os fãs e já serviu como uma espécie de “último ato”, ainda que ninguém pudesse imaginar que seria, de fato, a despedida definitiva. Ali, vimos um homem lúcido, carismático e ainda completamente apaixonado pela atuação, mesmo longe dos estúdios. Foi uma verdadeira aula de memória afetiva e respeito pela nossa teledramaturgia.
Velório será aberto ao público: despedida de um ídolo
O último adeus a Francisco Cuoco acontecerá nesta sexta-feira (20/06), na Funeral Home, localizada no bairro da Bela Vista, em São Paulo. A cerimônia será aberta ao público das 7h às 15h, e promete ser marcada por homenagens emocionadas de colegas de profissão, familiares, fãs e admiradores de todas as idades. Já o sepultamento será realizado de forma reservada, apenas para os mais próximos.
A comoção é grande, e não é para menos. A sensação é de que cada brasileiro cresceu assistindo a alguma atuação icônica de Cuoco. Seja como mocinho, vilão ou mentor, ele sempre teve a habilidade de se fazer inesquecível.
O legado de Francisco Cuoco: muito além do brilho da TV
Cuoco deixa não só um currículo extenso e respeitado, mas também uma influência profunda na formação de novos artistas. Muitos dos grandes nomes da televisão atual citam o veterano como inspiração. Além disso, sua forma séria e comprometida de encarar a profissão sempre foi exemplo de ética e profissionalismo nos bastidores.
Entre os mais lembrados papéis do ator, está Carlão, de “Pecado Capital”, novela de Janete Clair exibida em 1975. O personagem causou furor na época ao ser envolvido em uma trama moralmente ambígua, onde o protagonista, mesmo com boas intenções, ocultava um crime. Foi aí que Cuoco mostrou ao Brasil sua habilidade para interpretar figuras que transitavam entre o bem e o mal – algo raro e desafiador.
Outro destaque foi Alberto, em “O Rebu” (1974), uma produção com linguagem apontada como à frente do seu tempo, cheia de reviravoltas, mortes e mistérios – ingredientes que continuam conquistando o público da novela das nove até hoje.
Por que Francisco Cuoco é um nome eterno na história das novelas
Ao longo dos anos, o cenário das telenovelas mudou bastante. A linguagem ficou mais direta, os temas ficaram mais contemporâneos, mas poucos artistas conseguiram atravessar tantas gerações com tamanha relevância como Francisco Cuoco. Ele soube se adaptar aos novos tempos sem perder a essência cênica que arrebatava o coração dos telespectadores.
Ele era parte da chamada “primeira geração de estrelas da Globo”, juntamente com nomes como Tarcísio Meira, Glória Menezes, Regina Duarte, e Tony Ramos. E o mais impressionante: nunca saiu do radar do gênero. Voltava e meia surgia numa participação especial, um papel na novela das sete, das nove, ou mesmo como convidado em programas semanais como o “Vídeo Show” ou “Fantástico”.
Impacto no meio artístico e homenagens
Desde o anúncio de sua morte, uma série de artistas tem se manifestado nas redes sociais para prestar seus tributos emocionantes. Nomes como Tony Ramos, Susana Vieira, Fernanda Montenegro e Glória Pires usaram palavras comoventes para descrever a grandiosidade de Cuoco, tanto como artista quanto como ser humano.
Além da Globo, outras emissoras também demonstraram respeito pela trajetória do ator. Canais pagos de dramaturgia já anunciaram reprises temáticas em sua homenagem, enquanto o público clama por reprises de suas mais icônicas novelas.
Curiosidades que poucos sabem sobre o artista
Você sabia que, além de ator, Francisco Cuoco tinha grande paixão pela música clássica? Nas horas vagas, adorava ouvir óperas e chegou a estudar canto lírico na juventude. Também era conhecido nos bastidores como um ótimo contador de histórias – sempre com um “causo” engraçado envolvendo os bastidores das gravações.
Outra curiosidade interessante é que, mesmo com uma carreira consolidada, Cuoco sempre valorizou os papéis menores nos quais podia agregar algo especial. Para ele, não existia “papel pequeno” – tudo era uma chance de comunicar alguma emoção ou mensagem ao público.
Francisco Cuoco: muito mais que um ator, uma lenda viva na memória da TV
É difícil imaginar a história da televisão brasileira sem Francisco Cuoco. Seu nome estará para sempre entre os grandes ícones do entretenimento no país. Ele nos ensinou que boa atuação não tem prazo de validade e que paixão pela arte é o combustível que move uma carreira longeva.
A sensação de perda é real, mas também fica o conforto de um legado potente, cheio de momentos marcantes que continuam reverberando nas telas, nas reprises, nas homenagens e, claro, nas lembranças dos fãs.
A televisão brasileira hoje dá um último adeus a um mestre. Mas Francisco Cuoco continuará vivo nas nossas memórias, dentro das tramas, dos romances, dos dramas, das reviravoltas e dos aplausos – eternamente protagonista na grande novela da vida.